De vez em quando passamos por algumas situações em que ficamos com dúvidas se o certo é realmente a melhor coisa a ser feita e nos sentimos impotentes (não no sentido sexual) frente ao velho chavão de que entre o bem e o mal existe uma larga faixa cinzenta.
Ontem eu sai de uma reunião em Moema e peguei a Av. Ibirapuera para voltar ao escritório. Era perto das 19 horas e, como sempre, o trânsito estava congestionado. Fiquei no tradicional anda e pára, até que cheguei a um cruzamento com semáforo. O sinal estava verde, mas eu resolvi ficar parado antes da faixa de pedestres para não fechar o cruzamento.
Me senti bem tomando esta atitude e senti orgulho da minha civilidade. Pena que esta nobre sensação não durou dez segundos.
O motorista do ônibus que estava atrás de mim se irritou, me passou pela esquerda e cortou com tudo para entrar à direita. No mesmo instante, dois motoqueiros me cortaram pela direita e o resultado não poderia ser outro. O primeiro motoqueiro conseguiu passar e o segundo quase bateu na lateral do ônibus. Pena que o ônibus continuou fazendo a curva e acabou derrubando a pequena scooter e, na seqüência, passou por cima, destruindo toda a frente da motinho.
Felizmente o motoqueiro não sofreu nenhum ferimento, mas eu fiquei com a sensação de que eu tive certa parcela de culpa. Talvez, se eu tivesse sido menos civilizado, este acidente não teria acontecido.
Maldita zona cinzenta que permeia as nossas vidas.
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