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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Passeios de bike por São Paulo

Vista da passarela que liga a Ciclovia Marginal ao Parque do Povo

Envelheço e com o tempo vou constatando que a vida é cíclica. Tem altos e baixos, alegrias e tristezas e também resgate de velhos prazeres.

Um dos prazeres antigos que estou redescobrindo é minha paixão por bicicletas. Andei por muitas trilhas nos anos 1990 e fazia alguns passeios mais fortes nas pistas da Marginal Pinheiros até a Cidade Universitária da USP, no meio dos carros e sem muito juízo.

Hoje redescubro este prazer com a ciclovias e ciclofaixas que foram instaladas em São Paulo. Confesso que nunca fui muito fã do ex-prefeito Fernando Haddad, mas até acho que a iniciativa seria boa se fosse melhor planejada e executada.

Estes passeios tem me mostrado a cidade por outra perspectiva. Passar por ruas, avenidas e locais turísticos em baixa velocidade e sem o atropelo cotidiano nos permite curtir detalhes que passaram desapercebidos durante anos.

O mapa abaixo mostra um dos trajetos que fiz, passando por vários locais bacanas da cidade.

Trajeto do passeio registrado pelo aplicativo Strava
Trajeto do passeio registrado pelo aplicativo Strava
E na sequência apresento algumas fotos da minha companheira destes passeios, uma Caloi 10 dos anos 1980 que comprei e estou reformando aos poucos.

MASP - Museu de Arte de São Paulo / Av. Paulista
 
Monumento às Bandeiras - Parque do Ibirapuera

Lago da Chácara do Jóquei - Butantã
 
Minhocão (Elevado Pres. João Goulard)
 
Páteo do Colégio - Sé
Outros prazeres que estes passeios me proporcionam são os pastéis que já experimentei nas feiras ao lado do Parque do Ibirapuera (sábados), feira da Av. Nova Faria Lima (domingos) e feira da Al. Santos (domingos). Também é muito bom curtir as barraquinhas de água de coco que ficam espalhadas pelas ciclofaixas aos domingos.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

A mulher casada e o marmitex no teto do carro

Ontem eu me lembrei este episódio que aconteceu comigo há muitos anos atrás, quando ainda não era comum filmar os vidros dos carros e os motoristas podiam se olhar.

Eu estava dirigindo pelas ruas de São Paulo, quando percebi que um carro trafegava com um marmitex sobre o teto. Decidi que aquela era a hora certa para eu dar uma de escoteiro e fazer a minha boa ação do dia e resolvi acelerar para emparelhar e poder avisar o motorista que corria o risco de perder o almoço.

Emparelhei com o carro e dei a tradicional dupla buzinada para chamar a atenção do motorista. Foi quando eu percebi que o motorista não era homem, mas uma mulher.

Ela me encarou, levantou a mão esquerda para mostrar a aliança e virou o rosto, demonstrando uma grande indignação. Eu não me conformei em ser confundido com um paquerador de trânsito barato e resolvi buzinar novamente. Ela me encarou novamente e eu gesticulei ferozmente para apontar o teto do carro dela. Novamente ela levantou a mão esquerda, mostrou a aliança e virou o rosto. Devia estar se sentindo a femme fatale.

Desisti e ainda roguei uma praga, desejando que o marmitex se espatifasse sobre o pára-brisa na primeira freada brusca.

Como é difícil fazer boas ações nesta cidade.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Bem x Mal e as zonas cinzentas

De vez em quando passamos por algumas situações em que ficamos com dúvidas se o certo é realmente a melhor coisa a ser feita e nos sentimos impotentes (não no sentido sexual) frente ao velho chavão de que entre o bem e o mal existe uma larga faixa cinzenta.

Ontem eu sai de uma reunião em Moema e peguei a Av. Ibirapuera para voltar ao escritório. Era perto das 19 horas e, como sempre, o trânsito estava congestionado. Fiquei no tradicional anda e pára, até que cheguei a um cruzamento com semáforo. O sinal estava verde, mas eu resolvi ficar parado antes da faixa de pedestres para não fechar o cruzamento.

Me senti bem tomando esta atitude e senti orgulho da minha civilidade. Pena que esta nobre sensação não durou dez segundos.

O motorista do ônibus que estava atrás de mim se irritou, me passou pela esquerda e cortou com tudo para entrar à direita. No mesmo instante, dois motoqueiros me cortaram pela direita e o resultado não poderia ser outro. O primeiro motoqueiro conseguiu passar e o segundo quase bateu na lateral do ônibus. Pena que o ônibus continuou fazendo a curva e acabou derrubando a pequena scooter e, na seqüência, passou por cima, destruindo toda a frente da motinho.

Felizmente o motoqueiro não sofreu nenhum ferimento, mas eu fiquei com a sensação de que eu tive certa parcela de culpa. Talvez, se eu tivesse sido menos civilizado, este acidente não teria acontecido.

Maldita zona cinzenta que permeia as nossas vidas.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Assombrações no trânsito

Infelizmente, a foto tirada de celular não consegue mostrar a aberração que andou na minha frente, durante uns quinze minutos de terror.

Eu não tenho preconceito nenhum contra carros velhos, mas este golzinho quadrado estava sem lanternas e sem luz de freio. A falta de lanterna até que não me incomodou porque, conforme manda a lei, eu estava andando com os faróis acessos.

Mas a falta de luz de freio preocupava, me obrigando a manter uma distância entre veículos maior do que o habitual. Pior que a minha atitude irritava o motorista do carro que vinha atrás, provavelmente imaginando que eu era o Mr. Magoo, dirigindo com excessiva cautela.

Se os problemas deste carro parassem por ai, tudo bem, mas o pior de tudo era a fumaça preta que ele soltava a cada acelerada. Me senti no meio daquele desenho animado "Corrida Maluca", onde o Dick Vigarista soltava uma cortina de fumaça para despistar seus adversários.

A fumaça deste gol não chegava a atrapalhar a minha visão, mas deixava um cheiro horrível para trás. Eu estava numa posição privilegiada, com a visão de um carro todo amassado na minha frente, sem lanterna, sem luz de freio e, para completar a desgraça, deixando um perfume de bota queimada para trás.

Dá para ser feliz no trânsito de São Paulo?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Presenciando dois acidentes em dois dias

Post rápido.

Apenas para reforçar a minha teoria sobre o trânsito de São Paulo. Os congestionamentos acabam tornando os motoristas mais agressivos e o resultado é o maior número de acidentes.


Ontem, ao vir para o escritório, me deparei com um acidente em um dos cruzamentos da Av. Roberto Marinho.


Hoje, ao levar meus filhos para escola, presenciamos este na Av. Francisco Morato (foto abaixo).


Estamos nos comportando como ratos em clima de superpopulação....

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Violência no trânsito

Em 2006, eu ajudei a ciceronear dois profissionais da companhia de saneamento de Cochabamba, a SEMAPA (Servicio Municipal de Agua Potable y Alcantarillado).

Saí de amanhã cedo e fui ao hotel em que eles estavam hospedados, em companhia de outro colega brasileiro. Encontramos com os dois no saguão do hotel e nos dirigimos ao carro.

Depois de verificar que estavam corretamente acomodados, coloquei meu cinto de segurança e sai dirigindo normalmente. Depois de alguns minutos, já trafegando pela Marginal Pinheiros, percebi que eles estavam irriquietos e sussurando entre eles.

Achei estranho e falei com meu colega brasileiro, se ele estava percebendo algum problema com eles. Ele olhou para trás e resolveu perguntar se eles precisavam de alguma coisa.

Finalmente eles sorriram e perguntaram se os carros brasileiros saíam de fábrica sem buzina. Como eu não conhece Cochabamba, eu não entendi a pergunta, mas meu colega caiu na gargalhada e começou a apertar a buzina do carro, incomodando todos os outros veículos a nossa volta.

Foi neste momento que eu entendi a pergunta. Em Cochabamba o trânsito é uma loucura e os motoristas digirem buzinando o tempo todo.

Neste momento, eu senti uma ponta de orgulho da civilidade do trânsito paulista e brasileiro. Um dos raros momentos em que realmente senti orgulho por ser brasileiro.

Esta semana, com as notícias que vem aparecendo no noticiário, eu percebo que as coisas já não são mais assim. Nos últimos meses, tivemos 3 casos de pessoas desequlibradas andando na contramão, além de outros casos de matança e pancadaria no trânsito.

Uma parte disto pode ser creditada aos congestionamentos cada vez maiores e a crescente sensação de impunidade, consequencia da falta de planejamento e da ineficiência das instutuições brasileiras.

O resultado é, mesmo com o tão comentado avanço na macroeconomia, ainda vivemos em um pais de bárbaros. Eu já dei risada do trânsito dos bolivianos, mas agora vejo que não estamos melhor do que eles.

Minha última tristeza vai ser confirmar que o nosso presidente também é igual ao deles...