Eu estava quase acreditando no amor sem interesse

Confesso que tenho a mania de observar as pessoas que compõem a minha paisagem urbana. Gosto de tentar imaginar como deve ser a vida do vendedor de bilhetes de loteria, do "consertador de guarda-chuvas", do vendedor de zona azul, etc.

Nos ultimos tempos eu estava acompanhando um casal de recicladores. Apesar de morar na rua, sempre estavam juntos e sorrindo. Não costumavam pedir esmolas e, quando trabalhavam, viviam de coletar papéis e pedaços de papelão.

Sempre admirei esta dupla. Um casal que literalmente vivia de vento e amor.

Hoje eu estava voltando do almoço e vi que o rapaz estava sozinho. Ele conversava com uma senhora comum e estava lamentando que a sua "baixinha" o havia largado por não aguentar mais viver nas ruas. Nas suas palavras "pintou uma brecha" e ela "abraçou".

Resultado, ele estava sozinho e largado. E eu perdi minhas esperanças de ser testemunha do amor sem interesse.

"E pur si muove"

Micos do dia a dia

Hoje eu estava me barbeando e acabei me cortando. Seguindo técnicas milenares do mundo masculino, peguei um pedaço de papel higiênico para estancar o sangue e me dirigi a cômoda que abriga a gaveta de medicamentos.

Encontrei duas caixas de curativos do tipo band-aid. A primeira é dos meus filhos e estava cheio de curativos vermelhos com desenhos de bichinhos. O segundo, que deveria estar cheio de curativos cor de pele, estava completamente vazio.

Me vi tendo que escolher entre duas alternativas. A primeira era sair com um pedaço de papel higiênico na cara e a segunda com um curativo vermelho cheio de desenhos de bichinhos. Acabei priorizando a higiene e optei pela segunda opção.

Não cruzei com nenhum vizinho entre o apartamento e o carro, mas a gozação começou quando fui deixar o carro com os manobristas do trabalho e a tortura continuou quando entrei no escritório. O vexame só terminou quando uma alma caridosa me ofereceu um curativo cor de pele.

Eu mato os meus filhos que pedem para comprar curativos de bichinhos, mas depois só usam os curativos cor de pele.

Chatonildos

Acredito que todos conheçam pelo menos um chato que sempre contava vantagens sobre seus ganhos na bolsa. O nosso ilustre personagem chega e começa a falar sobre assombrosos ganhos que está realizando.

Eu chegava a sentir saudades dos tempos em que assunto de chato que contava vantagem era que pegava muita mulher. Pelo menos a gente não tinha como conferir e acabava acreditando.

Agora chato que só ganhava na bolsa de valores, mas andava de ônibus e ainda pendurava pão com manteiga na padaria era dose para aguentar. Isto se o cara, na hora de rachar a conta, não dava o velho golpe de "esqueci a carteira".

Achei que a crise financeira mundial ia nos livrar deste tipo de chato, mas estou vendo que fui muito ingênuo. Estes caras se reinventam e agora vão ficar podres de rico com a crise. Eles falam que estão farejando as ótimas oportunidades das ações na baixa e vão ficar milhardários quando a economia se recuperar.

Eu me esforço para acreditar que se os grandes falcões de Wall Street estão se ferrando, tem brasileiro desconhecido que está fazendo e acontecendo. Quem sabe, daqui a alguns anos, eu não fale: "Tá vendo este cara na capa do Wall Street Journal? Paguei muito café para ele".

Enquanto isto não acontece, vamos aguentando estes caras e fingindo que acreditamos que eles esqueceram a carteira.

Mais uma receitinha boba, mas gostosa

Ontem eu estava na casa dos meus pais e resolvi relembrar um velho costume.

Quando eu era criança, depois de um churrasco, costumávamos enterrar batatas dôce nas cinzas da brasa para assar. Depois de algum tempo de boa prosa, retirávamos as batatas e nos deliciávamos com o resultado da brincadeira.

Sempre gostei do sabor da batata dôce feita deste jeito. Talvez ficassem mais saborosas devido o tempero das boas conversas.

A minha versão de ontem foi feita com bananas. Deixei algumas bananas largadas na grelha, e esqueci. Depois de um bom tempinho de prosa, retirei as bananas da grelha, tirei a casca e polvilhei com açúcar e canela.

Mais uma sobremesa simples e saborosa, temperada pela boa convivência.

O estranho mundo feminino

Estava tomando meu cafézinho no escritório quando, sem querer, escutei uma conversa entre duas mulheres.

Mulher 01: - Nossa, seu cabelo ficou ótimo! Você fica bem melhor morena.

Mulher 02: - Obrigada! Eu já estava enjoada de ser loira.

Mulher 01: - Eu sempre achei muito difícil ficar morena. Tem que ficar pensando, né?

Neste momento, minhas orelhas se movimentaram em direção a conversa. Como assim? É difícil ficar morena porque tem que pensar?

E a conversa continuava.

Mulher 02: - É verdade. Eu também sempre achei mais fácil passar de morena para loira do que o contrário.

Não resisti e entrei no meio da conversa.

Eu: - Desculpe.... Mas que história é esta, que é mais difícil passar de loira para morena, do que de morena para loira, porque tem que pensar?

Tentaram me ajudar, explicando que para ser loira não precisa pensar. É só chegar no cabelereiro e pedir para ficar loira. No caso contrário, tem que pensar na cor, no comprimento e outros fatores físico-químicos-matémáticos-estatísticos que exigem um esforço hercúleo para ser executado com sucesso.

As loiras que me desculpem, mas esta história só pode me levar a uma conclusão: "É mais fácil desativar neurônios do que ressuscitar os inativos".

Em alguma faculdade por ai...

Mais um "causo" contado por conhecidos, neste caso um professor de uma faculdade qualquer.

Tudo começou com um aluno que estava desesperado porque nenhum professor aceitou orientá-lo no TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Nosso professor herói resolveu fazer uma boa ação e deu uma chance para o "injustamente renegado acadêmico".

Começaram a convivência com uma agrável conversa sobre o tema do trabalho. Nosso personagem aluno propôs pesquisar sobre "Crédito", um tema abrangente demais, porém em grande evidência no cenário mundial.

Nosso abnegado personagem professor passou algumas referências bibliográficas e marcou uma data para entrega de uma versão preliminar do trabalho.

Depois de algumas semanas, recebeu o volume encadernado e levou para casa. Resolveu ler o texto depois do jantar, acompanhado de uma taça de vinho chileno.

Logo na introdução, leu a seguinte frase:

"O Crédito foi inventado durante a idade média, no Brasil, pelos Hebreus"

Perplexo, fechou o volume e verificou a capa do texto para ver se não tinha pegado algum livro humorístico por engano. Para sua infelicidade, percebeu que não existia engano nenhum de sua parte. O engano era de total responsabilidade de nosso personagem aluno.

Leu mais um pouco e chegou em um trecho melhor ainda:

"O presidente Castelo Branco sofreu um golpe militar em 1964. Neste golpe, os civis tomaram o poder e instalaram uma política de crise econômica"

Nosso abnegado professor não aguentou o golpe. Fechou o texto, tomou o último gole do vinho chileno que desceu com um forte gosto de vinagre barato e foi para cama.

A ansiedade, para que amanhecesse logo, se transformou em insônia. Assim que o dia clareou, nosso professor pulou da cama, tomou um banho e correu para faculdade. Ficou esperando o coordenador de curso chegar e entregou desesperadamente o formulário para cancelamento de orientação de TCC.

Diz a lenda que este aluno tem vagado pelos corredores da faculdade, como uma assombração, procurando um novo orientador.

Vocação profissional

Este "causo" foi contado por um amigo. Ele estava visitando uma família de amigos que tinham uma filho de aproximadamente 5 anos.

Entre brincadeira e amenidades, meu amigo resolveu perguntar ao garoto o que ele gostaria de ser quando crescer.

Pego de surpresa por nunca ter feito planos sobre o seu futuro profissional, o menino ficou sério, fitou todos na sala e teve um destes estalos que nos fazem descobrir o sentido da vida e responde as questões básicas do ser humano. "Quem sou e porque estou neste mundo?"

Olhando para o avô, respondeu firme:

- Aposentado!

Acho que este menino tem um grande futuro pela frente.

Triste momento Gil Gomes II

A menina Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, não resistiu...

No comments

Peguei a notícia acima, as 19:30min...

Agora (20:03min) a uol publicou que não morreu... a Internet é rápida para dar notícias, mas a confiabilidade é zero...

Triste momento Gil Gomes

Triste fim do sequestro que estava acontecendo em Santo André (SP). As duas meninas sequestradas saíram feridas da tragédia. Segundo algumas agências de notícias, as duas saíram baleadas. Uma com dois tiros e outra com um.

Não entendi porque deixaram uma menina de quinze anos, que já havia sido libertada, voltar a ser encarcerada pelo criminoso.

Será que a greve da polícia civil e o confronto vergonhoso entre a polícia civil e militar, que aconteceu ontem, não teve influência no desfecho desta tragédia?

Mais uma sexta-feira negra na história deste país.

Estagiários I

Gosto de observar a evolução dos estagiários. Se observarmos atentamente, podemos identificar que eles passam por dois tipos de evoluções: a pessoal e a profissional.

A evolução profissional é muito mais fácil de observar porque é a face mais exposta da vida dele. Começamos a convivência com recebendo aqueles e-mails macarrônicos que não nos ajudam em nada e, com o passar do tempo, vamos percebendo que eles começam a evoluir e entregar informações mais úteis.

Gosto de brincar com eles, dizendo que eles passam por transformações no estilo pokémon, chegando aqui como lagartinhas e saindo como belas borboletas coloridas. Nunca entendi porque os estagiários do sexo masculino não curtem a minha analogia, mas tudo bem.

As evoluções pessoais são mais difíceis de identificar. Temos que estar atentos aos (raros) momentos de descontração na frente da máquina de café. Nestes momentos começamos a perceber que o destino das bolsas (money) vão mudando ao longo do tempo. Entram aqui quase crianças e muitos garotos gastam a primeira bolsa comprando CD, tenis e outras bugigangas. Com o tempo começam a economizar para levar as namoradas a restaurantes melhores ou a outros lugares que é melhor não deixar os pais delas descobrirem.

No final, eu me divirto com esta conivência. É uma forma de me manter atualizado com o mundo dos jovens e relembrar os bons tempos em que eu gastava todo meu pagamento  envenenando minha mountain bike ou comprando miniaturas de carros.

Mantra de um velho amigo

Quando a situação está complicada, lembro imediatamente de um velho amigo e seu lema.

"Quando as coisas estiverem preta, não reclame. Tudo pode piorar"

Não preciso dizer que acabei de lembrar dele, certo?

Na onda da CPI dos grampos telefônicos

Este blog está tentando ficar na crista da onda dos acontecimentos políticos. Neste caso, inovamos um pouco e criamos o "grampo de blogs" e conseguimos captar uma conversa entre mulheres que deve se aproximar dos papos que ocorrem nos banheiros femininos.

Espero que este post consiga trazer um pouco de luz para os homens que sempre ficaram intrigados com o hábito das mulheres de ir ao banheiro em duplas.

Leiam os comentários deste post e tirem suas próprias conclusões: Leite de cobra - Enquete Betty Faria.

Estamos vivendo um momento histórico negativo?

Apesar de não ter dinheiro para aplicar, acompanho a bolsa a alguns anos para ter o que conversar com meus amigos no bar.

Sempre escutei falar sobre o "circuit breaker", mas nunca havia presenciado. Ele é um mecanismo da bolsa de valores que suspende as negociações durante 30 minutos se existir uma queda de 10% no índice iBovespa.

Nos ultimos 30 dias eu finalmente ví este mecanismo de defesa ser acionado e hoje estamos presenciando ele ser acionado duas vezes no mesmo dia. Já suspenderam as operações por 30 minutos porque o índice caiu mais de 10% e acabaram de suspender de novo, agora por uma hora, porque o índice caiu mais de 15%.

Mesmo para quem não negocia ações na bolsa, este cenário é preocupante e sempre quem paga a o pato destas desgraças somos nós, o cidadão comum.

Tempos apocalípticos, na economia, virão?

A hora da vingança

Data e hora da apuração parcial: 05/10/2008 23h44

99% dos votos de São Paulo apurados

Kassab: 33%

Marta: 32%

A Dona Ex-Ministra do Turismo acreditou que iria ficar na frente no primeiro turno, com uns 4 a 5 pontos percentuais na frente do segundo.

Estou olhando a apuração parcial agora e vejo que isto dificilmente vai se concretizar. De qualquer forma podemos dar um recado a ela: "Dona Ex-Ministra do turismo, a situação apertou? Relaxa e goza...."

Mais uma decepção política

Não sei como correram as eleições nas regiões de vocês, mas por onde eu andei (regiões oeste e sul de São Paulo) vi muito santinho jogado pelas ruas.

Cheguei a ver um trio de duas mulheres e um homem com sacolas cheias de santinhos fazendo "aleluia" em uma avenida. Além da ilegalidade do ato, estavam emporcalhando a cidade.

Ainda estou com a sensação de que a eleição para prefeito está bem resolvida, mas as eleições para vereadores continua uma coisa obscura, onde o eleitor pode votar em um e o voto ir para outro, ninguém sabe direito o que eles fazem de útil e não temos a transparência necessária para saber o que estes ilustres desconhecidos fazem em troca de seus altos salários e gordas verbas de gabinete.

Fico com com a sensação que dar nome a ruas e avenidas é uma das atividades remuneradas mais caras do universo.

PS sobre o post das eleições

Não estranhem a data do post sobre as propagandas políticas. Acreditei em jornalista que escreve besteiras e quebrei a cara. Fui na conversa que a maravilhosa propaganda política acabava na quarta-feira mesmo.

Homem baiacú

O baiacú é aquele peixe famoso que incha ao ser capturado ou molestado. Também é conhecido na culinária japonesa pela sua carne venenosa que é servida crua, na forma de sashimi.

Além destas características, ele é conhecido entre os pescadores como um peixe burro. É o peixe que nunca aprende e quando devolvido na água volta a ser capturado pelo mesmo anzol, indefinidamente.

Lembrei deste peixe quando, a alguns anos atrás, atendi uma ligação telefônica que caiu por engano na casa dos meus pais. Era um homem procurando uma mulher e eu respondi que naquele número não existia nenhuma mulher com aquele nome para atender.

Depois de uns trinta segundos, o mesmo homem ligou novamente. Como naquela época não existiam os golpes telefônicos de facção criminosa, não tive medo em falar o número e conferir se era o mesmo que o sujeito estava discando. Verificamos que era o mesmo, portanto a solução era ele procurar o número certo para tentar novamente.

Para minha surpresa, trinta segundos depois eu atendo o homem baiacú novamente. Insisto que ele está com o número errado e que não adianta ficar tentando o mesmo número que a mulher não iria se materializar na minha casa e desliguei.

Quando o telefone tocou de novo, eu não aguentei.

[Eu]
-Alô.

[Homem baiacú]
- A fulana está?

[Eu]
- Não, ela ainda não chegou.

[Homem baiacú]
- Mas quem é você e o que vc está fazendo na casa dela?

[Eu]
- Eu sempre estou por aqui e ela me deu a chave. Entro quando eu quero e praticamente moro aqui.

[Homem baiacú muito bravo]
- Mas como?? Quem é você? O que vc está fazendo ai??

[Eu]
- Cara... você está ficando muito nervoso e eu não tenho nada com isto. Se você também quer a chave para dormir aqui, pede para ela. Porque a minha eu consegui facinho, facinho.

O Homem baiacú me mandou para aquele lugar e desligou na minha cara. Eu nunca esperava tamanha falta de educação, mas pelo menos ele não voltou a ligar.

Estragar este possível relacionamento foi a minha boa ação do dia. Nenhuma mulher merece um cara tão burro.

Alegria, alegria! Último dia de propaganda eleitoral!

Hoje é dia de festa para meus olhos e meus ouvidos porque é o último dia de propaganda eleitoral gratuíta. Eu não aguentava mais escutar tanta aberração e tanta mentira.

Independente do município em que cada um vota, as promessas impossíveis e a cara de pau dos candidatos a prefeito não deve mudar muito. Candidados que nunca foram eleitos prometem sistemas de saúde municipais mais eficientes que o da rede particular, transporte coletivo moderno e confortável, sistema de ensino que vai colocar nossos alunos em Harvard e outras abobrinhas que ninguém mais aguenta.

Candidatos que já tiveram chance de governar o município elencam maravilhas de mandatos anteriores que ninguém lembra de ter vivido. Que trabalharam de forma ética e eficiente. Me intriga que a destes prefeitos tão bons não são refletidos na minha realidade atual. Se o mandato deles foi tão bom, eu não deveria estar vendo uma cidade melhor aparelhada de hospitais, creches, escolas e outros exemplos de impostos bem empregados?

Sinto que estes discursos são para otários.

No caso dos vereadores a coisa é ainda pior. Nem promessa vazia eu tenho escutado, só slogam bizarro. Lembro de um candidado pedindo votos para os torcedores de um time. Eu não sabia que o papel dos vereadores era levar um time de futebol a ser campeão.

Outro slogam que eu não entendi foi "Eu sou homem, mas não sou macho". O que isto tem a ver com ser vereador? Se ele se comprometesse a ajudar as pessoas que fizeram a mesma opção sexual que ele, tudo bem, mas nem isto ele promete.

Enfim, a cada eleição eu fico mais decepcionado com a política. Ainda mais sabendo que os vereadores da minha cidade custam uma fortuna e nos contemplam com mais de 85% de projetos "de pouca relevância", segundo o estudo do Movimento Voto Consciente. Isto significa que pagamos altos salários e grandes verbas de gabinetes com "projetos para nomes de ruas, datas comemorativas e outras iniciativas de pouca relevância social", segundo o estudo.